quarta-feira, 24 de junho de 2015

Folhados Queijo de Cabra e Maça ( e vinho, muito)

Segundo rezam as Crónicas do Fogo e do Gelo a Rainha Cersei gostava destes folhados acompanhados por (muito) vinho.

Para o jantar evocativo do final da 5.ª Temporada da Guerra dos Tronos, de que falei num post anterior, fiz esta receita. 

Ingredientes 

250 g de Massa Folhada
3 Maças Reineta
1 Queijo de Cabra curado
Mel (q.b.)
Canela(q.b.)
Sal (q.b.)

Procedimento

Cortar a massa folhada em quatro rectângulos.

Descascar as maçãs, cortá-las em quartos e depois em fatias.

Levar as maças ao micro-ondas por 2 minutos. Deixar arrefecer.

Distribuir  as maças no centro dos quadrados de massa. Colocar  por cima o queijo. um pouco de mel  e finalizar com o uma pitada de canela.

"Fechar" os quadrados de maça com se fosse uma pequena trouxa, conforme o diagrama abaixo. Pincelar com gema de ovo.



Levar imediatamente ao forno bem quente (180ºC)  durante cerca de 15/20 minutos.





Game of Thrones - Jantar 5º Temporada





Eis um jantar digno das mais nobres famílias dos Sete Reinos, servido para comemorar o final da quinta temporada da Guerra dos Tronos.

Um banquete que evoca algumas das importantes personagens, regiões  e acontecimentos da série.

Para entrada, queijo de cabra com maça. Tudo acompanhado com vinho, sobretudo para a Rainha Cercei . A abundância de vinho mostra que estamos em King's Landing, a rica capital do Trono de Ferro. O folhado e a canela são eco de outras terras, mais a sul, porque a capital é uma cidade também um interposto comercial fabulosamente rico, onde convergem mercadorias de todos os reinos.

O prato principal evoca um dos momentos mais importantes da primeira temporada, se não mesmo de toda a série: a morte do Rei Robert Baratheon. Ficou  vago o Trono de Ferro e com  a luta pela sucessão começaram os verdadeiros jogos de trono. Para celebrar um Rei rude, com um enorme gosto pela caça e outros "desportos de sangue" , come-se o próprio javali que matou o Rei. O prato é um guisado não muito sofisticado, como o Rei apreciaria,  com cogumelos e maças.

A sobremesa são "Bolos de Limão" de uma das cenas inesquecíveis da série; num ambiente calmo e sofisticado, próprio da alta nobreza, Olenna e Margaery Tyrell falam com Sansa Stark sobre as o Rei Jeoffrey. Enquanto se deliciam com bolos de limão percebem o que nós já sabíamos: o Rei é completamente doido. 

Receitas





domingo, 31 de maio de 2015

Cozinhar faz-nos mais felizes?


 Estará alguma coisa a escapar-lhe?

No Reino Unido, de acordo com a empresa de análise do consumidor Kantar Worldpanel, o tempo gasto por pessoa a cozinhar desceu para metade desde 1993. Durante o mesmo período, o número de doenças ligadas ao stress também duplicou, estando a cozinha na longa lista das actividades que as pessoas afirmam estarem demasiado ocupadas para realizar.
Segundo um estudo promovido pelo Serviço Nacional de Sáude Inglês (NHS) existem 5 coisas que todos podemos fazer para aumentar o nosso bem estar: ligar-se aos outros, ser activo, aprender novas competências, dar aos outros e ter atenção ao mundo à nossa volta.
Porque não deixar de ver o cozinhar não como um aborrecimento necessário mas antes com uma forma simples de seguir estes passos?

Ligar-se aos Outros
A pesquisa mostra que as pessoas felizes têm relações fortes. Cozinhar para (ou com) a família e os amigos é um optima forma de estar juntos, mesmo que seja só uma ou duas vezes por semana. Tente estas dicas para utilizar a comida e a cozinha para fortalecer as relações com os que estão á sua volta:
- se estão demasiados ocupados para se sentar a jantar juntos todos as noites, tente marcar pelo menos uma noite por semana para o fazer.
- faça turnos para decidir o que cozinhar e envolva os outros no cozinhar. Fez uma salada? Outra pessoa pode fazer o molho.
- Tente comprar em lojas pequenas e fora das grandes cadeias, tente conhecer as pessoas que vendem os vários produtos.
- Tenha sempre em casa algumas bolachas ou biscoitos, para ter sempre algo para oferecer com o chá quando os amigos aparecem.
Ser Activo
Cozinhar não é exactamente o mesmo do que ir correr, mas ficará surpreendido com as calorias que gasta a cozinhar ou a preparar comida.
- Carregar as compras – 43 calorias em 15 minutos
- Colher frutas ou vegetais – 51 calorias em 15 minutos
- Cozinhar – 43 calorias em 15 minutos
- Ver televisão no sofá - 17 calorias em 15 minutos
Ter Atenção ao Mundo à Volta
Já todos passamos por isto – pomos a massa ao lume, distraímo-nos a falar ao telemóvel e está o jantar arruinado. Um aumento das distrações tecnológicas torna mais difícil concentrar-nos nas coisas. Ter atenção ao que estamos a fazer e ao que está a acontecer à nossa voltar pode melhorar a nosso bem estar psíquico ( e o jantar).
A próxima vez que estiver a cozinhar, faça um esforço consciente para reparar no que está à sua volta, por exemplo:
Cheiros
Note como o cheiro do que está a cozinhar muda. Por exemplo como as cebolas mudam de algo que faz os olhos chorarem para um cheiro doce a caramelo, ou o inconfundível cheiro do pão a acabado de fazer e como nos faz sentir. Estar bem alerta para os cheiros também é útil para impedir os desastres culinários!
Ouvir
Isto pode parecer um pouco exagerado, mas os sons do cozinhar podem ser surpreendentemente relaxantes.
Ouça com atenção o som da água a ferver, das salsichas a crepitar ou da carne picada a fritar e verifique se este efeito funciona consigo.
Veja
Tenha atenção aos ingredientes que cozinha e veja com as cores e texturas se alteram à medida que os cozinha.
Continuar a aprender
Aprender tem um papel importante no desenvolvimento das crianças, mas não fica por ai. Pesquisa mostra que aprender novas competências ao longo da vida pode melhorar o bem star psíquico, dando-nos confiança e mais interação social. Quer seja um principiante ou um cozinheiro experiente, existem sempre novas técnicas que podem ser aprendidas. Um estudo recente mostra que cozinhar e fazer bolos estão no topo das competências que os britânicos mais gostavam de aprender.

Nota: Este artigo foi traduzido e adaptado de uma publicação do site da BCC. São ideias aparentemente simples mas que incorporar alguma da pesquisa recente sobre o tema da felicidade, incluindo alguns aspectos que já são recomendações do Sistema nacional de sáude inglês (http://greatergood.berkeley.edu e http://www.nhs.uk/Conditions/stress-anxiety-depression/Pages/improve-mental-wellbeing.aspx 

terça-feira, 24 de março de 2015

Courgetes com Queijo e Amêndoas




Nesta receita as courgetes são colocadas inteiras no forno, ligando-se a grelha no máximo. Passado pouco tempo a casca das courgetes fica quase totalmente queimada, carbonizada, totalmente preta. Quando fiz esta receita pela primeira vez,  vi as courgetes e pensei que tinha estragado tudo, que tinha de deitar tudo fora .


Depois deixei arrefecer e abri as courgetes com um faca. Nessa altura tudo mudou. O interior da courgete ficou totalmente exposto, com um aspecto excelente. A polpa é clara com aspecto sumarento, estava completamente cozida, mas não demais. Em vez do cheiro a queimado que se sentia até abrir a courgete, senti o cheiro adocicado dos legumes cozidos.  Depois de provar sente-se um sabor especial,  o gosto principal é o da courgete, mas enriquecido com notas fumadas.



É sem dúvida uma técnica muito interessante, que pode ser utilizada noutras receitas.

Esta é uma receitas de contrastes, entre o doce da courgete e pungência do alho cru, o picante do piri--piri e o sabor rico dos queijos, entre o doce das amêndoas e o inconfundível acre do Roquefort. Mas para mim o aspecto mais moderno da receita é o contraste das texturas, nomeadamente entre o suave do puré dos legumes e dos queijos pastosos  e as amêndoas, torradas e duras, . Este aspecto tem, nos últimos anos, sido cada vez mais trabalhado pelos chefs e que, neste caso, resulta muito bem. 

Este é  um prato vegetariano, que pode ser servido tanto como entrada como prato principal.

Ingredientes
  • 8 Courgetes grandes (cerca de 1,2 Kg)
  • 1 iogurte pequeno (125 g.)
  • 30g de Roquefort
  • 1 Ovo
  • uma noz de Manteiga (aprox. 20g.)
  • Piri-piri (q.b. - a gosto)
  • 1 dente de Alho
  • Pimenta (q.b.)
  • Limão (q.b.)
  • Sal (q.b.)
Procedimento

Courgetes

Ligue a grelha do forno na temperatura mais alta possível. Coloque as courgetes do forno na posição mais alta durante cerca de 45 minutos, virando 2 a 3 vezes. A pele da courgete deve ficar bastante carbonizada.
Tirar do forno e deixar arrefecer. Cortar as courgetes ao meio com um faca e com a ajuda de  uma colher retirar a polpa e colocar numa taça. Esmagar o puré de forma a que fique uniforme. Se tiver demasiada água pode retirar-se. Juntar o alho esmagado, bastante pimenta  e um pouco de sal. Provar e rectificar.

Molho de Queijo

Colocar o iogurte numa pequenas tacho e levar ao lume muito baixo. Juntar o ovo sem parar de mexer, adicionar o roquefort e continuar a mexer mais alguns minutos. Tira do lume, confirmando que o queijo está todo incorporado no iogurte.

Amêndoas

Colocar a manteiga numa pequena frigideira e juntar as amêndoas, juntar um pouco de piri-piri. Deixar alguns minutos ao lume para torrar as amêndoas. Tirar do lume e juntar algumas gotas de limão.

Finalização

Para servir colocar o puré de courgetes numa travessa ou num tabuleiro pouco fundo, distribuindo uniformemente. Colocar por cima o molho de queijo morno, de seguida espalhar as amêndoas picantes. Servir ainda morno.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Vitela com Atum



Este um prato tradicional do Piemonte que em Italiano se chama Vitello Tonnato. Talvez se deva traduzir por vitela atunzada.  

É um prato com origem no Piemonte, mas hoje espalhado por todo o mundo.

É um prato excelente, sobretudo de verão, servido frio e com uma boa salada. É, por vezes, servido como entrada. 

Quando se pensa pela primeira vez nesta combinação de carne e peixe pode parecer um pouco estranho, mas num país que tem como um dos pratos preferidos uma receita que combina carne com ameijoas isto não devia parecer tão estranho. 

Talvez uma explicação para que a combinação entre o atum e a vitela resulte tão bem seja o facto de
o atum, tal como carne de vitela,  ter uma elevada quantidade mioglobina. A mioglobina é uma proteína, que tem como função transportar o oxigénio e que existe em muito maior quantidade no atum do que noutros peixes, devido ao seu sistema respiratório e circulatório único. Esta proteína é também responsável pela cor da carne do atum, muito diferente da generalidade dos peixe.   

O tipo de carne a utilizar pode ser qualquer carne de cozer.  Também se pode utilizar, por exemplo ganso de vitela, que se utiliza também para assar. Este tipo de carne tem a vantagem ser mais fácil de cortar em fatias finas, como exige a receita.

Também é uma receita perfeitamente admitida na dieta, sobretudo se acompanhada por uma boa salada.  A maionese tem muitas calorias, mas  tem um índice glicémico baixo, sendo perfeitamente aceite. 

 foto Giallo Zaferano

Ingredientes 
  • 600 g de Vitela 
  • 1 Cebola
  • 1 Cenoura
  • 1/2 Aipo
  • 2 dentes de Alho descascados
  • 2 folhas de Louro 
  • 1 raminho de Rosmaninho
  • Sal (q.b.)
  • Pimenta (q.b.)

Para o molho 
  • 1 Ovo inteiro
  • 100 cl de Azeite
  • 100 g de Atum
  • 4 filetes de Anchovas
  • 12 Alcaparras 
  • Vinagre Balsamico (q.b.)
  • Sal (q.b.)
  • Pimenta (q.b.)
Procedimento

Carne
1. Pelar a cenoura e cortar ao meio. Descascar a cebola e cortar em quartos.Lavar e cortar o aipo, não aproveitando as folhas.
2. Numa panela grossa colocar a cenoura, cebola, o aipo, os alhos, as folhas de louro e o rosmaninho.
3. Por a carne na panela e juntar o vinho e água suficiente para cobrir a carne. Temperar com sal e pimenta.
4. Levar ao lume baixo durante pelo menos 1 hora e meia. A carne deve ficar muito tenra. No final deixar ficar a carne a arrefecer na panela destapada, de forma a que o caldo concentre um pouco.

Molho
1. Colocar numa pequena tigela o ovo, o vinagre e um pouco de sal e pimenta. Juntar o azeite e bater com  a varinha mágica até obter uma maionese.
2. Juntar o atum e a anchovas e bater mais um pouco.
3. Adicionar ainda um pouco do caldo de cozer a carne até o molho ficar com a consistência desejada. Este molho deve ficar mais bastante mais fluido do que uma maionese, mas, de maneira nenhuma caldoso.

Apresentação
1. Cortar a carne em fatias muito finas e colocar numa travessa.
2. Cobrir a carne com o molho e colocar as alcaparras por cima.
3. Servir, de preferência com uma salada.



quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Tarte ganache de chocolate





Para o fim de ano resolvi criar uma tarte especial. O chocolate é sempre um ingrediente especial, simultaneamente untuoso e cremoso, aqui sublinhado por um pacote inteiro de natas...É como se chama em francês, une ganache,  uma das mais importantes conquistas da civilização (acho eu).

Em inglês diria to indulge myself, acho que não existe nenhuma maneira em português de dizer o mesmo, fazer algo que dá muito prazer mas que não seja propriamente saudável ou apropriado.

Mesmo para um dia especial.

Uma recomendação importante, utilizar sempre um chocolate de excelente qualidade. O resultado final nesta receita tem que ter um forte sabor a chocolate e se o chocolate não for excelente o sabor final vai-se ressentir muito. Neste caso utilizei chocolate Lindt 70% Cacau, custa um pouco mais de 3 euros, o que é mais do dobro do que outros chocolates, mas neste caso não se pode mesmo ser forreta (e não é tão caro assim).  

O resultado final foi exactamente o que eu tinha em mente.



Ingredientes 

Práline 

  • 150 g de avelãs
  • 150g de açúcar
  • Margarina (q.b.)
Massa

  • 200g de Bolachas (Torrada ou Maria)
  • 100g de Manteiga
  • 1 colher de sopa de Açúcar
  • Sal (q.b.)
  • Margarina (q.b.)

Recheio

  • 1 tablet de Chocolate (200g)
  • 1 pacote de Natas (200ml)
  • 2 colheres de sopa de Açúcar
  • 2 Ovos

Procedimento

Práline 
Colocar numa tacho pequeno ou numa frigideira as avelãs e o açúcar. Juntar um golo de água, apenas para derreter o açúcar.
Levar ao lume baixo, mexendo até caramelizar. É necessário ter um pouco de cuidado para não caramelizar de mais, porque o caramelo demasiado escuro fica com um gosto amargo desagradável.
Ainda em quente deitar em cima da pedra da bancada ligeiramente untada ou de um papel de alumínio untado. Deixar arrefecer bem.
Envolver num papel e com um martelo ou como um rolo da massa,a  partir grosseiramente.

Massa
Picar a bolacha numa picadora. Juntar a manteiga previamente amolecida no micro ondas. Adicionar o açúcar  e, com as mãos, misturar tudo, com cuidado para que não fique demasiado mexida.
Untar a forma e forrar com a massa.
Levar a massa ao forno a 130ºC durante cerca de 15 minutos.

Recheio
Derreter em banho maria o chocolate. Quando estiver derretido, juntar as natas e mexer sem tirar do lume. Quando estiver  bem homogéneo tirar do lume e deixar arrefecer.
Entretanto separa as gemas das claras e bater as gemas com o açúcar até ficar esbranquiçado. Juntar o preparado do chocolate e natas, e por fim as claras em castelo.


Finalização
Colocar  o práline na tarte, espalhando bem. Encher a tarte com o recheio e levar ao forno baixo (120ºC) durante 15 minutos.